sábado, 19 de março de 2011

A rapariga, com a coragem e o amor no auge, ligou ao rapaz. Aborrecido, ele atendeu e disse:
- Desculpa mas não apetece muito falar…
- Então ouve-me só. Pode ser? – Pediu-lhe ela.
- Tudo bem. – Responde-lhe aceitando.
- Não digas nada até eu terminar…
O silêncio controlou-lhes a respiração e, momentos depois, ela começou:
- Não sei se deveria estar a fazer uma coisa destas, se me deveria mesmo expor desta forma, não sei nem como ganhei coragem para marcar o teu número e deixar a chamada no ar. Pode ser que mude alguma coisa em ti, para mim ou, quem sabe, para ambos, pode ser que nem prestes atenção e que tudo continue a mesma merda, ou pode ser que a ligação caia e não percebas nada. Enfim, é tão frustrante quando todas as pessoas constantemente me dizem para eu te esquecer, para te colocar num outro menos importante plano da minha vida, pela simples razão de que não mereces o que sinto, nem nada do que eu faço por e para ti. Mas não é fácil… Já pensei mesmo em desistir, em fingir que nunca nada disto existiu, que nunca gostei de ti nem que nunca mudaste a minha vida. Na verdade, muitas vezes sinto necessidade de fazer isso mas é tão, sei lá, perturbador, sabes? É impossível (ou melhor, possível mas totalmente inevitável) não te procurar durante o dia, não olhar para o meu telemóvel o tempo todo na esperança de ver que tenho uma mensagem ou uma chamada, um mínimo sinal de que me procuraste, de que tiveste vontade de falar comigo. (…) Eu já disse que não sei porque é que te estou a dizer tudo isto?
O rapaz continuou calado e, depois de suspirar, ela recomeçou:
- Mudaste-me tanto, mudaste tanta coisa na minha vida. Às vezes eu (inconscientemente) paro e penso “Caramba, estou a gostar de verdade!”, e depois reparo que há já muito tempo que não sentia tal por ninguém, que não me sentia tão feliz como me sinto. Há muito tempo que ninguém me faz sentir tão bem como tu me fazes, mesmo que me ligues só para me irritares e dizer que me odeias, mesmo que não me respondas às mensagens, porque eu também sei que isso tudo, bem lá no fundo, é amor.
Parou por breves segundos…
- Eu sei que já disse imensas vezes que não acreditava no que me falavas e, para ser realmente sincera, diversas vezes não acreditei mesmo. Às vezes ainda acredito desacreditando. Tenho medo sabes? Tenho medo de gostar demais, de dedicar-me só e exclusivamente a ti e depois aperceber-me de que aquele “demais” não valia tanto a pena, nem tanto esforço. E eu sinto que também tens esse medo. Sei lá, és tão diferente de mim e, às vezes, tão doentiamente igual. Umas vezes tu dizes o que estás a sentir e imediatamente a seguir fechas-te. Isso confunde-me, eu não consigo entender, não consigo entender. Mas depois também não importa se te entendo ou não, o que importa é que nessas “umas vezes” tu estás lá para mim. Talvez não só para mim, mas estás lá. E isso consola-me, fazendo com que me esqueça de quando não estás. Eu não sei muito do teu passado mas também não quero saber. Eu só precisava de saber se tens espaço para mim no presente e no teu futuro…
Um segundo suspiro, para terminar:
- Pronto, se quiseres já podes desligar agora. Eu vou entender, até porque não queres conversar. Enfim, … Acabei.
A chamada continuava estabelecida e nenhum pronunciou mais nada até ao toque da campainha da casa da rapariga se ouvir. Nesse momento, a rapariga despede-se:
- Vou desligar, está alguém aqui. Beijos.
Ela desliga o telemóvel e abre a porta…
- Eu precisava de vir até aqui só para te dizer que te amo, de verdade! – Diz-lhe o rapaz com o telemóvel nas mãos.

(Anónimo)

5 comentários:

  1. está tão querido o blog minha princesa

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  2. LINDO LINDO LINDO *.*
    Continua a escrever que eu vou visitando :D

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  3. Quanto ao continuar a escrever, já falei contigo! E vai ser isso que eu vou fazer!
    Mas gostei MUITO mesmo deste texto :D

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  4. amo, desde o momento em que li isto pela primeira vez. é lindooooo!

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  5. Ok gata, eu hei-de voltar a escrever :D
    E tu continua :D

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