Olha para nós. Olha para as nossas coisas. Nunca fomos
grandes nem nunca gostamos de quartos desarrumados. Sempre foste dócil e eu
nunca me chateei por deixares a tua farda em cima da cadeira. A baixa
temperatura obrigou-nos a estender os cobertores em cima do edredão e a ligar o
aquecedor mais vezes porque o calor da luz se tornou insuficiente para tão
poucos graus. Mas não nos sinto como chocolate quente. Sinto-te como o gelo
quando me tocas e pedes desculpa porque me tocaste sem querer. Já não me
abraças como no final do verão e a tua pele está deveras mais áspera. A tua voz
sabe-me a tabaco mal batido – arranha – e eu sempre fui muito sensível. E as tuas coisas rastejam e voam espalhadas no
meu caminho, tropeço nelas tantas e, de quando em vez, levo os joelhos ao chão.
Sinto-te como o vento frio que amo (mas que não deixa de ser frio) e sinto-me a
adoecer. Ligeiramente.
fica feliz.
ResponderEliminaré verdade :p
ResponderEliminar