Agora sabemos que a distância mata pessoas como nós e sabemo-lo tão bem que quando nos temos cada
abraço que pedimos apetece-nos um ano inteiro mas os nossos braços são pequenos
demais para tanto tempo. Estamos tão pouco que esse pouco nos chega a parecer
triste mas quando estamos somos tanto. E eu sou tão feliz contigo. Pena que a
distância seja tão constante tão insuportável e tão ténue como uma eternidade
de cinco eternos dias – não lembrando as vezes em que a tua condição te prende
durante uma estação inteira. Sinto-me a morrer com cada folha que cai neste
outono porque a distância destrói, o frio e o calor estragam a minha pele e o
meu corpo não é nada sem o teu abraço
de trezentos e sessentas dias. Parecíamos tão fortes e prometemos tanto e agora
o tanto é um completo impossível e a nossa força perde-se com os quilómetros
que nos afastam. Ainda ontem disse que te amo
e hoje já foste, mas afinal sossega-me que daqui a cinco dias eternos os nossos
braços estarão mais prontos que nunca para o nosso abraço de um ano inteiro.
Entretanto pensa em mim
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