sábado, 23 de abril de 2011

Hoje amei a lágrima, Descartes e uma folha de papel. Ontem um olhar, uma cor e um suspiro. Na semana passada um avô, um lápis e uma música. Amei e passou. Sou tão fraco que nem sustentar os meus tantos amores consigo, nem unzinho… Tão reles, desprezável! Um verdadeiro poeta ama sempre, profunda e eternamente. Um homem com sangue desses tais respira as ideias com a força e a autenticidade das impressões. Louvado seja! São tão escassos.

Eu amo tanto, tantas vezes, mas tão pouco. Amo com toda a circunstância mas esse amor não ma ultrapassa, nunca passa dela. Deixo de amar tão depressa quanto o bater do meu coração. Melhor: é como se estivesse doida de fome, devorasse a comida como um animal selvagem e ficasse com uma dor de barriga, uma dor morta mas que dói. Acontece, esqueço mas sofro. Posso amar mas ninguém pode esperar o meu amor, amo rápido demais; sou um poeta tão amador. Desgraçado, coitado!

3 comentários:

  1. está tao... tao... maravilhoso :D

    trouxe-te um chá para provares e não escrevi todos os dias, só uma vez, no ultimo

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  2. gostei muito...

    não lhe chamaria vadiar, chamaria conhecer o mundo sem sair duma aldeia, da minha aldeia...

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  3. e fui, mas Taizé é parte de mim, é a minha casa, onde me sinto verdadeiramente bem

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